quarta-feira, 6 de abril de 2011

Richa diz a Dilma que recebeu segurança “caótica”

No primeiro encontro formal com a presidente Dilma Rousseff desde as eleições de 2010, o governador Beto Richa (PSDB) descreveu a segurança pública do Paraná como “caótica”. Em 40 minutos de audiência no Palácio do Planalto, o tucano apresentou um diagnóstico sombrio de outros legados supostamente negativos deixados pelos antecessores, como problemas na administração do Porto de Paranaguá e na Copel. Segundo ele, a reunião simboliza o primeiro passo de uma relação de “boa parceria” com o governo federal.
“A presidente me perguntou sobre a segurança no Paraná e eu disse que assumi numa condição caótica. Temos a pior situação prisional do país e um contingente de policiais inferior ao que existia quando meu pai era governador”, afirmou Richa. Ele pediu recursos para a construção de novas prisões e detalhou o acordo negociado com o Ministério da Justiça para o patrulhamento da fronteira do estado com Argentina e Paraguai.
“A presidente quer que essa parceria seja um piloto para o restante do país.” Em janeiro, Richa recebeu no Palácio das Araucárias o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e começou a tratar de uma ação integrada para combater o tráfico de drogas. “Vamos atuar em conjunto com todos os recursos que temos à disposição.”
Richa reiterou a Dilma que está disposto a receber recursos da União para realizar a dragagem do Porto de Paranaguá, o que foi recusado por Roberto Requião (PMDB). Também informou à presidente de que está promovendo mudanças na Copel para tornar a empresa, segundo ele, mais competitiva.
O governador contou que a presidente foi atenciosa com as demandas do estado e que o tom da conversa foi ameno, apesar de ele ter sido um dos principais cabos eleitorais do presidenciável José Serra (PSDB) no ano passado. Richa disse ter explicado que, apesar das divergências partidárias pretende manter a mesma relação que teve quando era prefeito de Curitiba com o presidente Lula.
Reação
Secretário de Segurança Pública durante o governo Requião, Luiz Fernando Delazari disse que as declarações de Beto Richa sobre a situação da segurança pública do Paraná são mais políticas do que práticas. “Ele está usando a política de, ao invés de resolver os problemas, ficar criticando o passado”, afirmou.
Segundo Delazari, o governo do tucano tem sido marcado pela falta de ações. “Não há implementação de projetos ou propostas. Ele até escolheu bem o novo secretário [Reinaldo de Almeida César], que é uma pessoa íntegra, mas em relação aos compromissos de campanha que assumiu, não vejo nada sendo cumprido.” Funcionário do gabinete de Requião no Senado, Delazari contou que se reuniu nesta semana com o ministro da Justiça, tido como primeiro parceiro de Richa no governo federal. “O curioso é que ele elogiou muito o nosso trabalho.”

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