A Justiça determinou a prisão temporária do ex-comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, 56 anos. Ele é acusado de ter matado a tiros pelo menos nove pessoas em Curitiba nos últimos cinco meses. Segundo a polícia, as vítimas eram todas usuárias de drogas ou estavam em pontos de consumo de entorpecentes.
O advogado de defesa Eurolino Sechinel dos Reis diz que Martins deveria se entregar a qualquer momento, mas até o fechamento desta edição ainda não havia se apresentado à polícia e era considerado foragido.
Os crimes atribuídos ao coronel foram cometidos a partir de agosto de 2010, semanas depois que dois jovens acusados de terem matado o filho de Martins em um assalto em outubro de 2009 foram postos em liberdade. Todos os homicídios dos quais ele é acusado foram cometidos no bairro Boqueirão, durante a madrugada, na região onde o filho dele foi morto. Os alvos eram pequenos grupos de pessoas que estavam usando drogas no instante dos ataques.
Os relatos feitos à polícia apontam que um carro de cor escura – um Honda Civic ou um Citroën – era usado nas execuções. Ao longo dos cinco meses, foram pelo menos cinco atentados, que fizeram 14 vítimas – nove delas morreram. Em apenas um dos ataques não houve sobreviventes. Ao que tudo indica, o autor dos crimes agiria sozinho.
O inquérito policial é embasado em depoimentos de quatro pessoas, entre testemunhas e vítimas que resistiram aos ferimentos. Todas teriam reconhecido o coronel Martins em fotografias. As investigações também estão respaldadas por provas periciais – como exames balísticos –, que comprovariam a autoria dos assassinatos em série.
O primeiro crime atribuído ao coronel teria ocorrido no dia 7 de agosto, quando três homens que estavam em terreno, conhecido por ser um ponto de consumo de drogas, foram atacados a tiros. Uma das vítimas morreu no local e outra, no hospital. Um homem de 30 anos foi baleado, mas escapou com vida.
Busca e apreensão
Na manhã de ontem, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do coronel Martins. O objetivo era reunir provas que embasem ainda mais o inquérito policial e que comprovem o envolvimento do ex-comandante dos Bombeiros nos homicídios.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) não se manifestou sobre as investigações e não divulgou informações sobre o resultado do cumprimento dos mandados. Por conta da determinação da Sesp, a Delegacia de Homicídios (DH), unidade policial responsável pelas investigações, também não pôde dar mais detalhes sobre as investigações. “Qualquer ação por parte do coronel Martins que esteja sendo investigada é considerada de caráter pessoal, de cidadão comum, sem relação nenhuma com a instituição que comandou”, limitou-se a informar a secretaria em nota oficial.
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