terça-feira, 29 de março de 2011

PPS expulsa prefeitos e vereadores por infidelidade partidária

O diretório do Partido Popular Socialista (PPS) no Paraná expulsou no fim de semana 37 filiados que exerciam cargos eletivos. A alegação é de infidelidade partidária. De acordo com o PPS, dois prefeitos, quatro vice-prefeitos e 31 vereadores do estado foram excluídos por terem apoiado candidatos de outras legendas ou por negligenciarem a campanha de quadros do próprio partido nas eleições de 2010.
De acordo com o presidente do PPS no Paraná, deputado Rubens Bueno, os expulsos desrespeitaram uma resolução interna que exigia dos filiados que trabalhassem apenas por candidatos apoiados oficialmente pela sigla.
“Estabelecemos um critério para medir o compromisso com o partido. Os prefeitos e vereadores precisavam alcançar 30% de suas votações em 2008 para um candidato do partido em 2010. Quem não alcançou ou apoiou abertamente nomes de outros partidos foi julgado pelo Conselho de Ética e deve ser expulso”, garantiu Bueno. Cada filiado expulso tem sete dias para recorrer da decisão.
Em todo o Paraná, o partido avaliou 171 processos de 14 vice-prefeitos, 11 prefeitos e 142 vereadores, além de 4 filiados sem mandato. De acordo com o PPS, o Con­­­selho de Ética sugeriu 49 arquivamentos, 6 adiamentos, 69 advertência internas e 37 expulsões.
De acordo com Bueno, a medida faz parte de um projeto de reestruturação nacional da legenda para as eleições municipais de 2012. “Queremos fortalecer o partido. As regras para os filiados estavam preestabelecidas e os julgamentos obedeceram ao devido processo legal. Quem não se adequou à nossa filosofia deve dar prosseguimento à vida em outra legenda”, disse.
Bueno salientou que, caso a decisão do Conselho de Ética seja confirmada, caberá aos suplentes dos vereadores, membros do diretório local ou o Ministério Público a prerrogativa de requisitar o mandato para o partido.
Prefeitos
Os dois prefeitos do PPS expulsos são Ivanor Luiz Muller, de Teixeira Soa­­­res, nos Campos Gerais, e José Al­­­ves de Almeida, de Santo An­­tônio do Caiuá, no Noroeste. Pre­­­fei­­­to por dois mandatos consecutivos, Almeida disse que vai re­­­correr da decisão e permanecer no PPS.
“Nossa região não teve nenhum candidato do partido e portanto não pudemos contar com o apoio do diretório estadual. Pode até ter sido um erro nosso (não ter feito cam­­­panha), mas queremos per­­­ma­­­necer na sigla” afirmou Al­­­meida. No município, de 2.390 elei­­­­­­tores, nenhum candidato a de­­­putado federal ou estadual do PPS ficou entre os dez mais votados.
Já no município de Teixeira Soares, os candidatos do PPS Felipe Lucas, Marcelo Rangel e Sandro Alex ficaram entre os mais votados. O prefeito Muller, porém, fez campanha para Osmar Dias (PDT) contra Beto Richa (PSDB), o candidato a governador apoiado pelo seu partido. Procurado ontem pela reportagem, o prefeito não foi localizado.
O critério adotado para a exclusão dos filiados causou indignação em alguns dos filiados expulsos. Eles alegam que o prefeito de Pi­­­raquara, Gabriel Jorge Samaha (PPS), o Gabão, teria feito campanha para candidatos a deputado de outros partidos e que o município também não teria alcançado o porcentual mínimo exigido pelo diretório estadual. No entanto, o mandatário da maior cidade do estado comandada pelo PPS foi poupado da degola, que só treria atingido pequenos municípios. Em 2008, Gabão se elegeu em Piraquara com mais de 30 mil votos. O único candidato a deputado do PPS que ficou entre os dez mais votados no município foi o presidente do partido com 1.560 votos. Bueno negou que tenha protegido o prefeito.

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