Para evitar a ocorrência de saques, a Polícia Militar reforçou o efetivo em Antonina, nas áreas de riscos.
Moradores de dois bairros tiveram de deixar suas casas por causa do risco de desabamento. As chuvas que desde sexta-feira provocam destruição no litoral do Paraná ainda deixam 461 pessoas em abrigos. Quatro mortes no estado foram registradas desde essa data.
A Ecovia, concessionária de pedágio que administra o trecho da BR-277 entre Curtiba e o Litoral do Paraná, informou que o tráfego no quilômetro 26 foi liberado em mão dupla às 14 horas desta quinta-feira. O trecho, onde houve queda de uma ponte, era um dos que registrava mais lentidão na rodovia. Com a liberação, a expectativa é que o fluxo de veículos se normalize, já que não será mais necessário adotar o sistema Pare/Siga. A Ecovia também informou que não havia fila de caminhões nesta quinta-feira.
Mais uma pista foi liberada para o tráfego na BR-376, na manhã desta quinta-feira (17), por volta das 11 horas. A liberação ocorreu no sentido Paraná-Santa Catarina, no quilômetro 673, em Guaratuba. A partir desse trecho os motoristas têm duas pistas para trafegar, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar da liberação, a rodovia tinha lentidão entre os quilômetros 644 e 654. O trânsito estava ainda mais complicado no sentido contrário. Quem retornava de Santa Catarina encontrava 40 quilômetros de lentidão, por volta das 11h30.
Ferrovia liberada
A ferrovia que liga o Porto do Paranaguá ao interior do estado foi totalmente liberada nesta quinta-feira (17). A América Latina Logística (ALL) - empresa que administra a linha férrea no Paraná – informou que desde as 14 horas o trecho foi liberado. Ao todo, foram seis pontos de interdição: dois entre Marumbi e Morretes e quatro até Paranaguá. Os trechos foram danificados por alagamentos e quedas de aterro. O primeiro trem, com 45 vagões carregados com soja, já seguiu viagem ao porto de Paranaguá.
De acordo com a ALL, cerca de mil vagões, que aguardavam nos pátios de Curitiba e Ponta Grossa, já estão sendo direcionados para o porto. Para minimizar os efeitos da paralisação, a empresa direcionou as cargas prioritárias originadas no norte do Paraná, para o porto catarinense de São Francisco do Sul.
A ALL considerou a interrupção de baixo impacto. Diariamente, circulam no trecho Curitiba-Paranaguá entre 12 e 15 trens com cerca de 45 vagões carregados, principalmente com soja e farelo.
Os trens pararam de operar ao meio-dia sexta-feira por causa da chuva forte que atingiu a região e causou estragos à linha e ao terreno. A ALL informou que teve de fazer a recuperação da parte de sustentação da linha e também ajustes na ferrovia.
Estradas
A Ecovia, concessionária de pedágio que administra o trecho da BR-277 entre Curtiba e o Litoral do Paraná, informou que o tráfego no quilômetro 26 foi liberado em mão dupla às 14 horas desta quinta-feira (17). O trecho, onde houve queda de uma ponte, era um dos que registrava mais lentidão na rodovia. Com a liberação, a expectativa é que o fluxo de veículos se normalize, já que não será mais necessário adotar o sistema Pare/Siga. A Ecovia também informou que não havia fila de caminhões nesta quinta-feira. O percurso entre Curitiba e litoral era feito em 3 horas, em média.
No quilômetro 26, onde restou somente uma das duas pontes, estava sendo liberada a passagem de sentido por vez. Para liberar o trecho, foi feito a concretagem e o aterramento da ponte.
No quilômetro 24, onde há o acesso para Morretes pela PR-408, o tráfego foi liberado para veículos leves na noite desta quarta-feira. Durante todo o dia, cerca de 60 soldados do exército trabalhavam na montagem de uma ponte metálica sobre o Rio Sagrado Três. A ponte de cimento que havia no local foi destruída pela chuva dos últimos dias. A ponte provisória deve permanecer no local por cerca de um mês, até a construção de uma definitiva.
A BR-277 está liberada para o trânsito de caminhões, veículos leves, ônibus de passageiros e veículos que transportam donativos. Do quilômetro 12 ao 29, o trânsito estava em meia-pista nesta quarta-feira.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) faz um alerta: como a rodovia é toda de pista dupla e agora foi transformada em pista simples, não há sinalização de proibição da ultrapassagem. A PRF pede que nenhum motorista faça ultrapassagens entre os quilômetros 29 a 12, além de reduzir a velocidade neste trecho.
A BR-227 e a PR-410 (Estrada da Graciosa)
são rotas possíveis para deixar o litoral do Paraná. A orientação da PRF é de que somente quem tem extrema necessidade pegue as estradas.
A PR-410 (Estrada da Graciosa) estava parcialmente liberada e os motoristas devem contornar a localidade de São João da Graciosa. A recomendação da PRE é evitar o trecho entre os quilômetros 20 e 30, onde ainda há obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Deve-se contornar esse trecho pelo centro de Morretes e depois voltar para a PR-410. A seguir, os motoristas devem trafegar até a BR-116 e pegar as pistas de retorno para Curitiba.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) divulgou um balanço que aponta 21 pontos críticos em três rodovias estaduais nesta quinta-feira.
BR-376
Mais uma pista foi liberada para o tráfego na BR-376, na manhã desta quinta-feira (17), por volta das 11 horas. A liberação ocorreu no sentido Paraná-Santa Catarina no quilômetro 673, em Guaratuba. A partir desse trecho os motoristas têm duas pistas para trafegar, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Apesar da liberação, a rodovia tinha lentidão entre os quilômetros 644 e 654.
A rodovia opera no sistema "pare e siga", do quilômetro 663 ao 672, entre Tijucas do Sul e Guaratuba, por causa do quedas de barreiras e afundamento de pista. Houve alteração no tempo que a BR-376 fica liberada para cada sentido. São duas horas de fluxo livre para quem retorna de Santa Catarina para o Paraná, por causa da lentidão na rodovia. Quem trafega no sentido contrário, Paraná-Santa Catarina, encontra fluxo liberado por uma hora.
Segundo a PRF, o trânsito estava bastante complicado para os condutores que retornam de Santa Catarina. A lentidão chegou a 40 quilômetros nesta manhã, com início no quilômetro 663, em Tijucas do Sul, e chegava ao quilômetro 25 da BR-101, em Piraberaba (SC), região de Joinville.
Segundo a PRF, essa lentidão é explicada porque o trecho exige a subida da serra, o que é mais demorado porque os caminhões em geral são lentos. Para percorrer esse trecho, o tempo médio era de 8 horas, segundo a estimativa da PRF. O tempo da viagem de Curitiba para Joinville é de aproximadamente 4 horas.
A PRF estima que o tempo total de uma viagem de Curitiba ao Litoral, que normalmente pode ser feita entre 2h30 e 3 horas, dure até 8 horas. Já do Litoral para Curitiba, o trajeto que era percorrido entre 3 a 4 horas, pode levar até 12 horas.
Possíveis desvios
A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos, mesmo com a liberação parcial da BR-376. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no quilômetro 113 (região de Itajaí), acessar o quilômetro 184 da BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.
Os usuários que estão em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o quilômetro 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (quilômetro 113).
Outra possibilidade para quem pretende seguir para Santa Catarina é pegar um desvio pela BR-116, para depois possa voltar à BR-101 (a partir do quilômetro 27), de acordo com a concessionária Autopista Litoral Sul.
Para seguir do Paraná para Santa Catarina é preciso trafegar pela BR-116 até o quilômetro 4, na região de Mafra. Nesse trecho deve-se acessar a BR-280, depois a Serra Dona Francisca e então voltar para a BR-101, em Pirabeiraba, região de Joinville.
Para sair de Santa Catarina e voltar ao Paraná deve-se fazer o caminho inverso, segundo a concessionária.
Uma possibilidade para chegar a Garuva (SC) é seguir pela BR-277, depois pela PR-407 (Pontal do Paraná) e chegar a PR-412 (Guaratuba). O motorista deve atravessar o ferryboat, continuar na PR-412 e então chegará a Garuva.
Rachadura no solo em Morretes e evacuação de distrito
Uma rachadura no solo foi registrada em Pindaúva, distrito de Morretes, nesta quinta-feira, por volta das 12h30. De acordo com as informações iniciais da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, uma fenda se abriu e água passou a jorrar de um lençol freático.
O abastecimento de água em Morretes não foi afetado, segundo a Defesa Civil. Ainda não se sabe quantos litros estavam vertendo na localidade. Foram enviados para o local dois bombeiros e um engenheiro florestal para fazer uma análise da situação, mas, de acordo com a Defesa Civil, a rachadura não gerou risco imediato para a região.
Parte do distrito de Pindaúva, em Morretes, foi evacuado em uma medida preventiva da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Uma encosta da região foi comprometida e havia risco de desabamento. Para evitar acidentes, o Corpo de Bombeiros retirou 74 pessoas do local. Dessas, 44 ficaram desabrigadas e 30 dasalojadas.
Novo deslizamento em Antonina
Um novo deslizamento foi registro na cidade de Antonina, Litoral do Paraná, na noite de quarta-feira (16). A terra danificou a rede de distribuição de água e deixou cerca de 40% da cidade, novamente, sem abastecimento.
O deslizamento ocorreu em um morro no bairro Quilômetro Quatro, na saída para Morretes, no começo da PR-408. Nenhuma casa foi atingida. Técnicos da empresa Minerais do Paraná S.A (Mineropar) estiveram no local e avaliaram que não há risco para os moradores da região.
Ajuda federal
Ainda não se sabe quanto os municípios do litoral do estado afetados pela chuva vão receber de repasses federais. O prejuízo total foi estimado em R$ 104,6 milhões pela Defesa Civil.
Entre casas destruídas ou danificadas, o prejuízo soma R$ 68,8 milhões - 65% do total. As perdas com estradas já chegam a R$ 11,7 milhões (11% do total). Também há registros de prejuízo de R$ 10 milhões na agricultura (9% do total), R$ 6,9 milhões em pontes destruídas (6%), R$ 5,6 milhões em pavimentação de vias urbanas (5%) e R$ 1,4 milhão em danos causados em edificações públicas (1%).
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, em entrevista coletiva na tarde de quarta-feira (16), prometeu a construção de 400 casas na região e disse que recursos devem ser encaminhados para o estado na próxima semana, mas não falou sobre valores.
Parte de um recurso federal de R$ 300 milhões pode ser usada no socorro aos municípios, mas não se sabe quanto desta verba poderia ser destinada para o Paraná. O ministro reforçou que as verbas serão destinadas para obras emergenciais e que a reconstrução das cidades, neste momento, fica em segundo plano. Ele sinalizou que deve pedir mais dinheiro por medida provisória.
Bezerra, e o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, fizeram um sobrevoo sobre as regiões atingidas pelas chuvas. Eles passaram pela localidade de Floresta, em Morretes; em Laranjeiras, em Antonina; e seguia para verificar a situação em Paranaguá. Ele retornou para Curitiba sobrevoando as rodovias, para verificar a dimensão dos estragos causados com a destruição de pontes e as filas de carros.
Dois helicópteros fizeram as viagens. Em um deles, além do ministro e do secretário, estavam o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Na outra aeronave, o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche, e jornalistas da Agência Estadual de Notícias.
Em passagem pelo Rio Grande do Sul, o ministro sinalizou uma ajuda de R$ 10 milhões para o estado, mas não liberou o recurso. Esse dinheiro vem de um recurso que o governo disponibilizou para as defesas civis em 2010, em um total de R$ 700 milhões.
Possibilidades
O governo federal estuda ainda a possibilidade de liberar novas linhas de crédito para a reconstrução de casas que foram destruídas pelas chuvas no Litoral paranaense. Os recursos devem ser direcionados ao Estado, que fará o repasse aos municípios.
Bezerra afirmou também que a União avalia liberar recursos da previdência social e do FGTS para a reconstrução de casas. Ele também comentou que é possível criar uma linha específica dentro do programa "Minha casa, Minha Vida" para a construção de casas. Ele estima que possam ser feitas entre mil e 1,5 mil residências por essa linha de crédito.
MP-PR pede a retirada das famílias das áreas de risco
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) entrou com medida cautelar pedindo a retirada de todas as famílias que se encontram nas áreas de risco em Antonina, Litoral do Paraná. “Queremos que a medida cautelar apresentada sirva como base para que novas tragédias não venham a ocorrer e que a região, se de fato não tiver condições, não volte a ser ocupada”, disse a promotora de Justiça, Rosana Mikrut da Rocha Loures Demchuk, autora da ação, por meio da assessoria de imprensa.
A medida também requer o reforço policial nas áreas afetadas. “Como muitas famílias não saem de suas casas em função de seus patrimônios, buscamos resguardar igualmente seus bens, pedindo reforço e vigilância policial nas áreas desabrigadas, bem como inventariando os pertences das vítimas”, disse.
Reforço do policiamento em Antonina
A Polícia Militar reforçou o efetivo em Antonina nas áreas de riscos, onde 665 pessoas tiveram de deixar suas casas por causa do risco de desabamento. O efetivo passou de 18 para 58 policiais e foi reforçado nos bairros Graciosa e Portinho.
O policiamento está concentrado também nos abrigos e nos pontos de arrecadação de donativos para evitar furtos ou desvios
Segundo o major da PM Nivaldo Marcelus da Silva, muitos policiais que estão em Antonina são da Operação Verão. O reforço deve ser mantido até o dia 31 de março.
A PM fez uma operação na tarde de quarta-feira nos dois bairros para retirar moradores que insistiam em permanecer em casa ou que voltaram para buscar pertences.
População em abrigos no litoral
São 461 pessoas ainda instaladas em abrigos no litoral do Paraná, quatro dias após os deslizamentos. O número faz parte de dados divulgados pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil nesta quinta-feira (16), no boletim das 10 horas. O número de desabrigados chegou a 2.499 em Antonina, Morretes e Paranaguá.
O maior número de desabrigados registrado pela Defesa Civil ocorreu em Morretes. O órgão informou que 1.180 pessoas foram cadastradas em abrigos na cidade, mas que apenas 60 permaneciam em abrigos improvisados até a tarde desta quarta. O restante dessas pessoas conseguiu se alojar em casa de familiares ou saiu da cidade e deixou de fazer parte da estatística do órgão.
Em Antonina está o maior número de pessoas que ainda permanecem em abrigos. Eram 267 nesta quinta-feira. O total no município chegou a 1.160. Com relação a Paranaguá, 134 moradores da cidade estão em abrigos.
Guaratuba - a quarta cidade do litoral atingida pela chuva - não teve desabrigados, segundo a Defesa Civil.
Aulas suspensas
Alunos de 31 escolas estaduais do litoral estão sem aulas temporariamente por causa da chuva que atingiu a região. Colégios de Morretes, Antonina e Paranaguá são utilizados como abrigo para os desabrigados ou como espaço para guardar doações. Dificuldade de acesso e falta d’água também deixam estudantes sem aulas.
A Secretaria de Estado da Educação informou nesta quinta-feira (17) que ainda estava fechando o levantamento sobre o número de estudantes afetados.
No Colégio Estadual Rocha Pombo, em Morretes, não há mais pessoas desabrigadas instaladas no local. O espaço é utilizado pela Defesa Civil para reunir doações para as vítimas. Essa situação também era registrada no Colégio Estadual Brasílio Machado, em Antonina, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.
Havia pessoas alojadas Colégio Estadual Moysés Lupion, em Antonina, onde são servidas cerca de 250 refeições por dia.
Outro problema é a dificuldade de acesso, que suspendeu as aulas no Colégio Hiram Lamas, localizado na Usina Elétrica Parigot de Souza, em Antonina, e no Colégio Estadual Cubatão, em Guaratuba.
Em Paranaguá, o retorno às aulas irá ocorrer quando o fornecimento de água for restabelecido.
Atividades nos oleodutos suspensas
O oleoduto que liga o terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, deve voltar a operar no fim de semana, segundo Petrobras. Não havia previsão de quando as operações do oleoduto do Porto de Paranaguá serão retomadas. A estatal informou que a avaliava os estragos.
A Petrobras deslocou gasolina e óleo diesel de São Paulo para evitar desabastecimento no Paraná. A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) tem produzido pouca quantidade de combustíveis porque a atividades dos oleodutos que abastecem a refinaria foram suspensas.
Os deslizamentos BR-376 danificaram oleodutos em Paranaguá, São Francisco do Sul (SC) e Biguaçu (SC) e impedem o transporte de Petróleo. O presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, afirma ser pouco provável a falta de combustível no Paraná.
Limpeza das casas atingidas pela chuva no litoral
Famílias do litoral do Paraná que tiveram a casa invadida pela enchente e pelo barro e já receberam autorização dos órgãos competentes para retornar aos imóveis precisam ter cuidado no momento da limpeza das casas.
Segundo o órgão, o barro - que fica nas casas depois que o nível da água baixa - está contaminado. Existe risco de leptospirose, pois pode haver a bactéria presente na urina dos ratos.
A orientação da Secretária de Estado da Saúde (Sesa) é para que as pessoas façam uso de botas e luvas plásticas na limpeza, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná. As casas precisam ser desinfetadas com água e água sanitária. Todos os alimentos e medicamentos que entraram em contato com água ou barro contaminados precisam ser eliminados e não podem ser consumidos.
Outro problema é a possível presença de animais peçonhentos dentro das casas, como cobras e escorpiões. É preciso também ter atenção redobrada para arrastar móveis.
Para limpeza da caixa d’água, a cada mil litros de água deve-se usar 100 mililitros (mls) de hipoclorito de sódio a 2,5% ou 100 mls de água sanitária (dois copinhos de café descartáveis).
A Sesa enviou técnicos ao litoral para orientar a população sobre a limpeza das casas e reforçou o estoque de medicamentos.
Defesa civil confirma quarta morte
A Coordenadoria de Defesa Civil confirmou, em seu boletim divulgado às 18 horas de terça-feira (15), a quarta morte causada pela chuva no Paraná. Este é o terceiro óbito registrado no Litoral, o primeiro em Morretes, na localidade de Floresta. As duas primeiras ocorreram em Antonina. Outra morte foi registrada em Honório Serpa, no Sudoeste, onde a vítima foi arrastada pela enxurrada.
A mulher, identificada como Maria de Souza Lopes, teria morrido afogada dentro de casa, em Morretes, e foi arrastada pela enxurrada. Ela, que teria entre 53 e 58 anos, estava desaparecida desde a sexta-feira (11). Seu corpo foi encontrado nesta terça e encaminhado para o IML de Paranaguá.
Calamidade pública
Conforme a Gazeta do Povo já havia antecipado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã de terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil recebeu documentos dos municípios, como os decretos e a Avaliação de Danos (Avadan), e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado.
A Procuradoria estudou os documentos e a melhor forma legal de declarar o estado de calamidade para esses municípios.
O decreto reforça a necessidade de contar com recursos do governo federal para a reconstrução
Antes do governo do Paraná, a prefeitura de Morretes decretou estado de calamidade pública no domingo (13).
Guaratuba decretou situação de emergência na segunda-feira (14) e Paranaguá havia tomado essa providência na sexta-feira (11).
Ônibus
De acordo com a Urbanização de Curitiba S.A (URBS), as empresas que operam linhas apra o litoral do Paraná e Santa Catarina - Expresso Maringá, Viação Graciosa e Catarinense - estão com frota reduzida, mas fazem as viagens regularmente desde terça-feira (15).
Com relação à empresa Graciosa, habitualmente são, em média, 40 viagens no sentido Curitiba-litoral. Nesta quarta-feira (16), a empresa também retomou as operações para todas as cidades, inclusive para Antonina, com uma frota reduzida.
A empresa Catarinense, que opera as linhas que levam ao litoral de Santa Catarina, operava normalmente, mas mudou o itinerário: os ônibus seguem para o litoral passando pela cidade de São Bento do Sul (SC).
De acordo com a Urbs, todas as empresas afirmaram que a procura por passagens para o litoral é pequena e o público que estava viajando era formado, sobretudo, por pessoas que vivem no litoral ou têm parentes na região.
A Graciosa informou que as viagens demoram entre 3 e 8 horas. Em condições normais, o percurso entre Curitiba e o litoral é feito em 1h30. Ainda não foi feito o levantamento dos prejuízos por causa do cancelamento de viagens.
Trem
Não é possível deixar o litoral de trem, pois as viagens de passageiros foram suspensas até o próximo domingo (20), de acordo com a empresa Serra Verde Expressa. O percurso foi suspenso na última sexta-feira (11). A estimativa da empresa é de que 18 viagens (ida e volta) serão suspensas até 20 de março.
Reconstrução na BR-277 deve levar 6 meses
Na BR-277, a Ecovia estima que as obras de reconstrução das pontes e das pistas, que já começaram a ser feitas, sejam concluídas em até 180 dias, se as condições do tempo forem favoráveis. Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. As informações atualizadas podem ser consultadas pelo twitter da Ecovia (@ecovia) ou da PRF (@PRF191PR)
Situação em Antonina e Morretes
Situação em Antonina e Morretes
Em Morretes, a forte chuva provocou alagamentos e deslizamentos de terra. Um pessoa morreu e mais de 9 mil tiveram que deixar suas casas. Os moradores chegaram a ficar sem água e luz, mas os serviços já foram restabelecidos.
As quatro agências bancárias da cidade foram afetadas. Até esta quinta-feira (17), os caixas eletrônicos do Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal não estavam operando, pois foram danificados pela água. O atendimento era feito nos caixas convencionais. A agência do Banco do Brasil permanecia fechada.
Em Antonina a região mais afetada foi o bairro Laranjeira, onde houve deslizamento de terra e duas pessoas morreram. A chuva afetou o sistema de abastecimento de água da cidade. No fim de semana chegou a faltar alguns produtos nos supermercados, inclusive água mineral.
Sobrevoo
A Mineropar realiza sobrevoos diários em Antonina para verificar os deslizamentos e os problemas causados por eles. Até a manhã desta quarta-feira (16), já foram relacionados 50 pontos de deslizamentos. As áreas somam 130 casas e mil pessoas em situação de risco nos bairros Caixa D'Água, Laranjeiras, Graciosa de Cima, Batel, Portinho, Bico da Viúva e Tucunduva.
Um outro levantamento vai verificar quais residências não poderão ser mais habitadas. Com este laudo, a Prefeitura de Antonina providenciará dois tipos de abrigo: um de curta duração, para pessoas que poderão voltar às suas casas, e outro de longa duração, para pessoas cujas casas não apresentarem condições de moradia.
A Mineropar também fará o mapa de risco de Antonina a médio e longo prazos.
Situação em Paranaguá
De acordo com a prefeitura de Paranaguá, o abastecimento de água na cidade está normalizado em 16 bairros. A reportagem da Gazeta do Povo esteve na cidade e ouviu os moradores, que continuavam se queixando de que a água não tinha força suficiente para encher as caixas d'águas e havia pouco líquido nas torneiras. A maioria dos moradores ainda pegava água nos bairros estratégicos, onde há distribuição. Os caminhões pipa, que vão para Matinhos e Pontal do Paraná para pegar água, ainda fazem bastante esse trabalho. A prefeitura afirmou que as aulas vão continuar suspensas pelo menos nesta semana.
Para restabelecer o abastecimento de água em Paranaguá, agentes do Corpo de Bombeiros de Curitiba foram prestar auxílio. Eles trabalham na região do manancial Miranda com motosserras e equipamentos de mergulho para trabalharem na limpeza do local onde será feita a captação de água. A Marinha do Brasil também está prestando apoio no transporte de uma balsa de três toneladas para a represa do Rio Miranda, de onde vai ocorrer o bombeamento de parte da água que abastece o município. Para esta missão, dez militares vão usar o helicóptero Super Puma (UH-14). A distribuição está sendo feita por meio de caminhões-pipa, que distribuem água gratuitamente.
As aulas da rede municipal, estadual e particular foram suspensas na segunda-feira (14) em Paranaguá em razão da falta de água tratada. O abastecimento continuava interrompido, pois a chuva levou lama e detritos para os mananciais, onde é feita a captação da água, segundo o diretor da empresa CAB Água de Paranaguá, Mário Miller.
“Nossa estação não consegue tratar a água pois analises apontaram 100 vezes mais barros e detritos na água do que antes da chuva”, disse.
A falta d’água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.
Appa informou na tarde de segunda-feira (14) que disponibilizou todo seu estoque de água para doar à população de Paranaguá. Cerca de um milhão de metros cúbicos foram colocados à disposição da Defesa Civil na cidade para ajudar a população que sofre com a falta de água.
Desde sábado, a Appa interrompeu o abastecimento de água nos navios para poder destinar seu estoque à população da cidade.
Fornecimento de luz e água
Um novo deslizamento de terra, que ocorreu na noite de quarta-feira (16) na PR-408 (acesso de Morretes a Antonina), comprometeu o abastecimento de água em Antonina. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a tubulação foi atingida e agentes da corporação e do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) trabalham com maquinários para fazer a limpeza no local e tentar restabelecer o fornecimento ainda nesta quinta-feira. Cerca de 40% da cidade ficou com o abastecimento comprometido. Os bairros afetados foram Centro, Barigui, Saivá, Caixa D´Água, Tucunduva, Batel e Quilômetro 4.
Em Paranaguá, a água voltou a ser captada em um dos quatro mananciais que abastecem a cidade. De acordo com a empresa CAB Águas de Paranaguá, 25% da capacidade de abastecimento havia sido retomada, por volta das 11 horas desta quinta-feira (17). Segundo a prefeitura, 16 bairros começavam a receber água em pouca quantidade, mas não foi informado quais eram.
A previsão da empresa é de que em 48 horas todos os bairros estejam recebendo pequena quantidade de água.
Das quatro captações de água, duas foram totalmente destruídas. Outra localizada na Serra do Mar, precisa ser desassoreada. Uma draga será levada por um helicóptero da Marinha.
Até quar
Balanço do Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros divulgou nesta quinta-feira (17) um balanço completo com os números atualizados sobre as operações realizadas e a situação das cidades afetadas pelas chuvas no Litoral do Paraná. Foram utilizados oito caminhões-pipa e um caminhão-tanque, para o abastecimento de água em Paranaguá. Nesta quinta-feira, o fornecimento foi realizado por três caminhões da Sanepar e um dos bombeiros. Em Antonina foram usados três caminhões dos bombeiros, sendo que dois continuavam na cidade até esta quinta. Em Morretes, apenas um caminhão-pipa fornece água para a cidade.
O efetivo empregado nas missões no Litoral soma 201 pessoas e 43 viaturas. Em toda a operação, foram realizadas 76 operações aéreas e 17 transportes aeromédicos.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, o sistema de telefonia ainda apresentou problemas em alguns pontos de Morretes e de Guaratuba nesta quinta-feira.
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