quinta-feira, 10 de março de 2011

Com alta de 30% em um ano, etanol passa de R$ 2 em Curitiba

Em alta há vários meses, o preço do etanol ultrapassou a casa dos R$ 2 por litro em Curitiba e em várias cidades do interior. Na capital e em Londrina, no Norte do estado, alguns postos chegam a vender o produto a R$ 2,099. Em Maringá (Noroeste) e Ponta Grossa (Campos Gerais), o preço do litro chega a R$ 2,19. Empresários do setor atribuem a alta dos preços à escassez do produto nesta época do ano. E avisam que, se a chuva continuar nas regiões produtoras, o que dificulta a colheita da nova safra de cana, o consumidor pode esperar por novos aumentos nas próximas semanas.

Veja os preços da gasolina e do álcool nos postos consultados pela Gazeta do Povo
De acordo com o levantamento semanal divulgado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço do etanol subiu 22,9% em 12 meses em Curitiba, chegando a R$ 1,92, em média, no último sábado. Mas, de acordo com levantamento informal feito pela Gazeta do Povo na tarde de ontem, com 28 postos, o preço médio na capital já chega a R$ 2,02 – o que representa um aumento de 29,3% em relação a igual período do ano passado.
Carros flex
Considerando a média de todo o Paraná apurada pela ANP, o etanol está custando R$ 1,93, 21% a mais que na mesma época de 2009. Esse preço equivale a 75% do valor da gasolina (de R$ 2,59, na média estadual). Em Curitiba, o levantamento da Gazeta do Povo apurou uma proporção ainda mais alta, de 79%. Sempre que essa relação ultrapassa 70%, a gasolina torna-se a opção mais vantajosa para donos de carros flex.
Em Foz do Iguaçu, a alta afugenta consumidores. O gerente de posto Ronaldo Avelino da Silva, que reajustou os preços do álcool em R$ 0,18, conta que o movimento de veículos bicombustíveis caiu 30% na semana passada. Segundo ele, muitos motoristas foram abastecer na Argentina e no Paraguai, onde o litro da gasolina comum era comercializado a R$ 2.
Entressafra
Segundo o presidente do Sindicombustíveis-PR (representante dos postos), Roberto Fregonese, o álcool é um produto “inviável” fora da época de safra. “De março a novembro, temos a baixa de preços devido à colheita de cana. Fora desse período, os preços são muito altos. Aí o etanol fica economicamente inviável”, diz. Segundo ele, os preços tendem a baixar em breve, com o avanço da colheita.
Mas o superintende da Alcopar (representante dos usineiros), Adriano da Silva Dias, adverte que, apesar da tendência de recuo dos preços com o avançar da colheita, ainda existe a possibilidade de novos aumentos no curto prazo. Tudo depende do clima. “Se as chuvas continuarem nas regiões produtoras, a colheita pode ser prejudicada. Somente se o tempo firmar é que a produção vai deslanchar, puxando os preços para baixo.”
A colheita estava planejada para começar em fevereiro, mas foi adiada para o início deste mês, em razão da seca que afetou várias regiões do estado no fim de 2010. Das 30 usinas do Paraná, dez, a maioria no Noroeste, já iniciaram a moagem da cana, mas tiveram de interrompê-la por sete dias, agora por causa das chuvas que atingiram a região. A Alcopar prevê que outras quatro usinas iniciem os trabalhos nos próximos dias e as 16 restantes, em abril.
Colaboraram Daniel Costa, Maria Gizele da Silva e Fabiula Wurmeister, das sucursais de Londrina, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu
Clique e veja o preço do combustível no posto mais próximo a sua casa. Os valores foram pesquisado pela Gazeta do Povo nesta quarta-feira (09).

Nenhum comentário:

Postar um comentário