sábado, 5 de março de 2011

Rosas de Ouro, Mancha Verde e Vai-Vai são destaques do 1º dia

Em noite de homenagens e apresentações que mexeram com o público, Rosas de Ouro, Mancha Verde e Vai-Vai foram os destaques do primeiro dia do desfile das escolas de samba em São Paulo. O desfile no Sambódromo do Anhembi se encerrou às 8h13 da manhã deste sábado (5).
As três escolas entraram luxuosas na avenida e apresentaram um desfile tecnicamente bem elaborado. A noite contou ainda com as apresentações de Unidos do Peruche, Tom Maior, Acadêmicos do Tucuruvi e Pérola Negra.
Na opinião dos internautas, as melhores escolas deste primeiro dia de desfiles foram Mancha Verde, Pérola Negra e Acadêmicos do Tucuruvi. No G1, os internautas deram notas de 5 a 10 em 6 quesitos: samba-enredo, bateria, comissão de frente, alegoria e adereço, fantasia e mestre-sala e porta-bandeira. A votação não tem relação com o julgamento oficial. Confira as notas dadas pelos internautas.
A escola vitoriosa do carnaval paulistano será conhecida na terça-feira (8). A apuração das notas está marcada para ocorrer a partir das 16h.
O incidente mais grave foi registrado no desfile da Unidos do Peruche, que teve problemas em dois carros, estourou o tempo regulamentar em três minutos e acabou atrasando os demais. A chuva que tanto preocupava as escolas deu uma trégua durante todo o desfile.
Na noite de sábado para domingo, desfilam Nenê de Vila Matilde (22h30), Águia de Ouro (23h35), Mocidade Alegre (0h20), Unidos de Vila Maria (1h15), X-9 Paulistana (2h10), Gaviões da Fiel (3h05) e Império de Casa Verde (4h10).
Unidos do Peruche
A Unidos do Peruche teve problemas mecânicos, não conseguiu colocar dois carros na avenida, terminou o desfile com atraso, e agora torce para não ser rebaixada.
Com o enredo “Abram-se as cortinas! O espetáculo vai começar. 100 anos de Theatro Municipal de São Paulo. A Peruche vai contar”, a escola abriu o primeiro dia de desfile.
Além de não conseguir cumprir o número mínimo de carros, suas notas ainda serão prejudicadas pelo tempo. A escola levou 68 minutos para tirar todos os integrantes da passarela. O tempo máximo é de 65 minutos. Na dispersão, o diretor-geral de carnaval da Peruche, Augusto Conceição, desabafou: "É um trabalho de um ano inteiro jogado fora".
Tom Maior
Na homenagem feita pela Tom Maior à cidade de São Bernardo do Campo, a maior ausência foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O morador ilustre foi convidado para participar como destaque, mas decidiu não ir para o Anhembi.
Com o enredo "Salve Salve São Bernardo, pedaço do meu Brasil - Terra Mãe dos Paulistas", a agremiação contou a história da cidade que foi berço do sindicalismo e da indústria automobilística.
Adriana Bombom veio como madrinha da bateria e desfilou com uma fantasia de iguana cobrindo todo o corpo. Bem menos vestida, quem chamou a atenção foi a modelo Dani Sperle, musa da ala dos compositores, fantasiada de índia caçadora.
Acadêmicos do Tucuruvi
Com o enredo "Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo – capital do Nordeste”, a Acadêmicos do Tucuruvi fez uma bela homenagem aos nordestinos e pode surpreender na apuração das notas.
A comissão de frente veio com seus componentes caracterizados como bonecos de barro, numa homenagem à arte do Mestre Vitalino. A alegoria que trouxe um Luiz Gonzaga com cerca de 7 metros de altura também chamou a atenção.
A dançarina Sheila Mello veio à frente da bateria pela terceira vez consecutiva. Neta de nordestinos, ela dedicou o desfile aos avós.
Rosas de Ouro
Com o enredo "Abre-te Sésamo, a senha da sorte", a Rosas de Ouro apresentou alegorias bem acabadas, fantasias coloridas e fez um desfile com potencial de brigar pelo bicampeonato.
A agremiação evoluiu sem incidentes na avenida e terminou o desfile dentro do tempo máximo. Mas os integrantes da tiveram que apressar o passo no fim da apresentação.
Integrantes distribuíram biscoitos da sorte para o público nas arquibancadas. Ali Babá, ciganos, trevos, figas e ferraduras foram os elementos usados pela escola para falar das fórmulas da sorte que trazem dinheiro e prosperidade. Pelo 11º ano consecutivo, Elle Roche veio como rainha da bateria.
Mancha Verde
A Mancha Verde conta com a força dos gênios da humanidade para brigar pelo título inédito no carnaval de São Paulo. O apelo pop das personalidades homenageadas, de fácil identificação, ajudou bastante na compreensão do enredo e na animação do público.
Com o enredo "Uma ideia de gênio", a escola contou a história de inventores, artistas e cientistas que mudaram a humanidade - nomes como Albert Einstein, Santos Dumont, Heitor Villa-Lobos, Beethoven e Shakespeare-, que vieram representados já na comissão de frente.
Viviane Araújo desfilou pela sétima vez como rainha da bateria e deu show. A modelo foi reverenciada pela torcida, maioria no Anhembi. Outro destaque foi Juliana Salimeni, a Juju Panicat, musa da agremiação.
Vai-Vai
Com o enredo "A Música Venceu!", a Vai-Vai levou à avenida a história de superação do ex-pianista João Carlos Martins, que virou maestro após perder o movimento das mãos.
Emocionado, o homenageado disse que é mais tranquilo estar no Carnegie Hall, em Nova York, do que no Sambódromo paulistano. O maestro desfilou a pé, "regendo" a bateria da Vai-Vai.
Com mais de 70 metros, o carro abre-alas sofreu uma pequena avaria na lateral durante a entrada no Sambódromo.
A dançarina Camila Silva veio como rainha de bateria e Ana Hickmann como madrinha da escola. Já a passista Nani Moreira desfilou com violino em sua estreia na Vai-Vai. Desfilaram também pela escola a cantora Maria Rita, o grupo teen Restart e o ex-jogador de futebol Cafu.
Pérola Negra
Com o enredo “Abraão, o patriarca da fé”, a Pérola Negra fechou a primeira noite de desfiles no Anhembi quando já passava das 8h deste sábado (5). A escola precisou se esforçar nesta semana para superar os estragos provocados pelo temporal de domingo (27). Alegorias ficaram destruídas por causa da enchente que atingiu o barracão.
A apresentação sem sustos e com integrantes animados compensou as dificuldades recentemente enfrentadas pela agremiação.
A escola entrou na avenida com fantasias mais comportadas e pouca nudez, por defender um enredo enraizado nas doutrinas do cristianismo, judaísmo e islamismo.

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