A denúncia foi feita meia hora antes do vencimento da licença concedida pela CPA a Castro. Ele deveria se apresentar às 16h de ontem à direção da unidade prisional e, caso não chegasse no horário determinado, passaria a ser considerado evadido.
Na explicação dada à Polícia Civil de Maringá, Castro contou que seus problemas no presídio começaram no ano de 2001, quando cumpriu sua primeira pena na CPA. "A direção da unidade me escolheu para fazer serviços de faxina e os presos passaram a me acusar de ser ‘cagueta’ (alcaguete, informante)", disse ele.
No entanto, em entrevista a O Diário, Castro foi mais além e contou que seus problemas aumentaram depois que integrantes do PCC passaram a assediá-lo para que montasse um ponto de venda de drogas em Maringá.
"Expliquei a eles que não quero mais viver na vida do crime, mas eles não aceitam. O recado deles é curto: ou trabalha para o PCC ou cai no ‘verde’ (foge para o mato). Caso contrário, serei morto assim que receber meu alvará de soltura", afirmou, ressaltando que as pressões chegaram a tal ponto que os membros do PCC o proíbem até mesmo de se alimentar.
"Tomam a minha comida todos os dias. Se quiser comer, tenho que pegar a minha marmita e me esconder no meio do mato".
AjudaCansado das ameaças, Castro disse que decidiu não retornar para a CPA, mesmo estando com a passagem comprada.
"Procurei a Vara de Execuções Penais (VEP) e contei meu drama. Me orientaram a procurar a delegacia e registrar um boletim de ocorrência. É o que estou fazendo, até mesmo para provar que não tenho o interesse de fugir. Quero cumprir o restante da minha pena aqui, em Maringá", concluiu ele.
O discurso não comoveu o delegado-adjunto Nilson Rodrigues da Silva, que aconselhou o presidiário a se apresentar a CPA, mesmo em atraso.
"Ele não pode contrariar uma decisão judicial que estabeleceu o local para o cumprimento da pena em regime semi-aberto. Essa questão de ameaças e de não querer retornar a CPA deve ser discutida pelo advogado dele junto à Justiça", explicou Rodrigues.
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